segunda-feira, 21 de abril de 2008

Chuva Poética

Parecia
Parece
Parecerá
Poesia
Que permanece,
Que ficará.
Alada
A imaginação.
É nada
Sem inspiração.

Tão boa que a chuva parecia
Sendo na realidade tão má.
Sendo na realidade Poesia
Que permanece, que ficará.

Diogo C.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

COMUNHÃO




COMUNHÃO



Aquele céu era avassalador
De profunda cor azul celeste
Distanciamento maior de amor
Com que o dia sempre se veste



Namorava às claras com o mar
Fintando a tempestade amortecida
As plúmbeas núvens em fusão de amar
Dando-se por inteiro à própria vida



Comungar o imenso espaço celestial
Esquecendo o espaço sideral perdido
Em fusão com a energia primordial
Farol iluminando algo já erodido



Ao comungar tão intensa energia
Dá-se por inteiro, alma e coração
Transforma em passe de pura magia
Coragem de ser coração e pura razão



Lisboa, 07/04/2008


Poema posto a concurso no blogue o Eremitão


José António




O Céu abriu-se, azul,
Após a Tempestade...
Como se também fosse um imenso mar...
Estendendo-se, ao infinito,
Canto, asa ou grito
Em busca da Verdade...



Frente ao meu olhar
Abriu-se a DISTÂNCIA,
Um risco, uma fragância...

Paisagem erodida
P'lo vento rugidor.
Avassalador,
Imagem
Agora amortecida
Pelo distanciamento das nuvens castelares
rolando com fragor
em simetria aos mares...



Céu e Mar...
Tu e eu...
Mar e Céu, revelando então
Sua fusão
Como a memória de um respiro
A comungar...



E, lá ao fundo,
Ergue-se um Farol,
Testemunho mudo
Deste nosso inteiro olhar...



Isabel


(dedicado ao José António).



Poema posto a concurso pelo blogue do Eremitão



Foto de Isabel

Ah...

Estou deveras espantado mas muito feliz com a reacção que houve entre aqui os poeticidas (posso chamar-vos assim?) para com a canção "Quantas Cores o Vento Tem". A Isabel deixou umas fotografias impressionantes que ilustram melhor que nada o poema, e o anfitrião do blog deixou palavras grandes que eu não julgava poderem sair de alguém pequenino como ele. Se toda a gente pensasse como vocês, a humanidade não teria problemas de todo!


Contudo, hoje surgiu-me à mente algo menos sério e significativo, inspirado por frases que o outro poeticida, o José Chorão, tem ganhado o costume de dizer, algumas delas neste poema.



Ah...
No tempo do D. Afonso,
Não havia tanto mariconço.
E no tempo da D. Maria,
Havia mais porcaria,
Porque nos preocupávamos mais com a poluição
No tempo do D. João.
No tempo do D. Filipe,
As pessoas não andavam de jipe,
Porque no tempo do Sebastião,
As pessoas tinham mão,
E até outras coisas mais,
Que faltou a esses anormais
Que contrataram Salazar
Para os Lusos governar.
Pois as vendas desceram a pique
Depois da morte do D. Henrique,
E no governo está um jumento,
Como no tempo do S. Bento.
E Deus sabe como eu quis
Ser do tempo da D. Beatriz,
Ou para começar do início,
Ir à Irlanda com S. Patrício.
Pois aqui só há atrocidade,
Digam lá se não é verdade;
No tempo da Marilu,
As pessoas não limpavam o ...!
Che!

--Dohvid

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Olá Isabel, ainda bem que já pudeste escrever para este blog.


Como sempre, fotos lindas, pelas quais agradeço e acho que todos os leitores do blog também!



Mas afinal, grande Natureza, ao fim de tanta coisa má que te fizémos e que vamos de certo continuar a fazer até que não aguentes mais, por favor perdoa-nos.


Olha, lembrei-me agora: nem a Natureza, por mais bondade que tivesse, poderia fazer tal coisa.


Digam-me apenas uma coisa: quão melhor estaria o mundo se nós não estivéssemos cá?


Ai, ai... tenho de parar de escrever se não fico sem ar!



Perdoa-nos Vento. Perdoa-nos por transformarmos todas as tuas cores em cinzento, em preto, em cinza...
Perdoa-nos por fazer-mos com que o Vento não seja mais a liberdade, não seja mais a frescura e os cabelos loiros de uma menina a voar ao som do teu silêncio. Perdoa-nos por seres agora apenas o ar em movimento.


Perdoa-nos por não sabermos viver contigo, que mal não nos fazes nenhum, pelo menos em comparação com o mal que nós te fazemos.


Talvez algum dia consigas perdoar, tal como eu talvez me consiga perdoar e à Humanidade por não sabermos viver, por não sabermos dar o valor à vida que a Natureza nos deu, dizendo que fomos nós que sempre fizémos as coisas acontecer, porque somos superiores.

Mas tal como o Vento já não é todas as coisas lindas como costumava ser e é agora apenas o ar em movimento, também nós deixámos de ser seres que pensam e com sentimentos, que ficam tristes, alegres, apaixonados, para sermos agora apenas formados por biliões de células, que por sua vez são formadas pela membrana celular, pelo citoplasma e pelo núcleo.

Afinal, quantas cores tem o Vento?...

Diogo C.

Em resposta a Quantas Cores o Vento Tem...




Há já alguns dias, o Dohvid deixou aqui um texto de grande beleza e que traduz uma grande verdade (quanto a mim) e que tem que ver com a necessidade de RE-SACRALIZAR e forma como apercebemos, tratamos e interagimos com a NATUREZA, essa Mãe que tudo nos dá e relativamente a quem nem sempre temos uma percepção justa, amiga e grata.




O Dohvid socorreu-se então de uma canção muito bela que faz parte da banda de música de um filme infantil. E muito bem. É que frequentemente, nos filmes para crianças ou nas histórias de fadas, gnomos e outros seres da natureza, escondem-se verdades eternas e que nos deveriam fazer pensar e ajudar a SENTIR.




Obrigada, Dohvid! Deixo algumas fotos da esplendorosa NATUREZA.




Isabel