terça-feira, 11 de março de 2008

PEIXELIM, PEIXOTE, PEIXÃO, PERDÃO QUE É PEIXOTA


Transporto asas de desejo na imaginação, por isso voo
Vivo a fantasia de morar num sonho, então acordo
Mas quando o Sol se esconde, ato, desfaço, vivo e morro
Tipo, peixelim, peixote, peixão e peixota
Ao sabor de um vento que sai pela porta

Transporto palavras, sabores e cores, num delírio de navegação
Entre a terra e o mar, na carreira da neblina
Não me façam taxar a pacotilha
Que nenhuma medida serviria com exactidão
Andarilho andante, adormeço numa escotilha

Fretado de utopias e canções de esperança
Tela branca de um filme para criança
Lanço ao mar quimeras para toda a vida
Mais o direito à conquista
E recolho numa gota que ainda sobra, o sonho de ser feliz.

Obviamente, que sonhos e peixes não se medem aos palmos
Nesta história que vos contei
Flutuam, voam, gaseificam e aromatizam em saldos
Peixelim, peixote, peixão, perdão que é peixota
Ou isto ainda vai acabar um dia tudo na lota

E os sonhos não voltam atrás.


(João Firmino)

1 comentário:

Isabel José António disse...

Querido João,

É tão curioso ver e constatar a forma límpida como alguns dos teus poemas se transformam num LABORATÓRIO de PALAVRAS, numa experimentação de significados, numa música intempestiva que nos conquista no mar à vista das tuas musicais palavras...

Um abraço,

Isabel