sexta-feira, 14 de março de 2008

Quantas Cores o Vento Tem

Fiquei deveras impressionado e entusiasmado por descobrir que posso pôr, e cito, "qualquer coisa" neste blog. O Presidente do P.P. (Perigo de Poeticidade) obviamente não me conhece bem, senão teria sido mais - mas muito mais! - cuidadoso com a escolha de palavras, e também não me parece que já tenha lido o nome do próprio blog, que não me parece que se chame "Perigo do Que Raio Que Vos Passar Pela Cabeça Para Meter Aqui".

Mesmo assim, vou pôr algo que adoro. A letra de uma canção da Disney, do filme "Pocahontas", cantada pela índia, que julgo que foi escrita por Alan Menken. Esta letra ilustra o que os pagãos actuais pensam do mundo em que vivem, e o que diriam aos exploradores humanos que só pensam em dominar e por conseguinte destruir toda esta bela terra em que vivemos. Há muito que concordo com os pagãos (que é um pouco como dizer "ecologistas") em várias coisas, e parece que todas elas estão inseridas nesta canção. E aquela emoção que senti quando ouvi esta música pela primeira vez, à noite, com o seu excelente ritmo, melodia e letra, e saber que tais mensagens estavam a tentar ser passadas ao público infantil, que é, como dizem, o nosso futuro... gostaria de experimentar essa emoção todos os dias.


Tu achas que sou uma selvagem
E conheces o mundo
Mas eu não posso crer
Não posso acreditar
Que selvagem possa ser
Se tu é que não vês em teu redor
Teu redor...

Tu pensas que esta terra te pertence
Que o mundo é um ser morto, mas vais ver
Que cada pedra, planta ou criatura
Está viva e tem alma é um ser

Tu dás valor apenas às pessoas
Que acham como tu sem se opor
Mas segue as pegadas de um estranho
E terás mil surpresas de esplendor

Já ouviste um lobo uivando no luar azul
Ou porque ri um lince com desdém
Sabes vir cantar com as cores da montanha
E pintar com quantas cores o vento tem
E pintar com quantas cores o vento tem

Vem descobrir os trilhos da floresta
Provar a doce amora e o seu sabor
Rolar no meio de tanta riqueza
E não querer indagar o seu valor

Sou a irmã do rio e do vento
A garça e a lontra são iguais a mim
Vivemos tão ligados uns aos outros
Neste arco, neste círculo sem fim

Que altura a árvore tem
Se a derrubares não sabe ninguém
Nunca ouvirás o lobo sob a lua azul
O que é que importa a cor da pele de alguém
Temos que cantar com as vozes da montanha
E pintar com quantas cores o vento tem...
Mas tu só vais conseguir
Esta terra possuir
Se a pintares com
Quantas cores o vento tem...

E aqui está o vídeo onde a podem ouvir, o que aconselho: http://www.youtube.com/watch?v=-b-jpH2t5Lc
E já agora a versão original em inglês, que não lhe fica atrás (só um bocadinho): http://www.youtube.com/watch?v=TkV-of_eN2w

1 comentário:

Isabel José António disse...

Olá! Não sei se é primeira vez que te encontro por aqui, mas que bela estreia, se for o caso! Nós também temos andado um pouco afastados, exclusivamente por excesso de trabalho...

Pois bem, devo dizer que também fiquei entusiasmada com este post! É como se aproveitasses para chamar a atenção de todos os potenciais leitores para a necessidade de respeitar, amar e preservar a Natureza, ou os verdadeiros "selvagens" seremos nós!

Parabéns e continua!

Abraços a todos,

Isabel e José António